quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Muros de Mim

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[foto: Grande Muralha da China]


O meu sentir percebe o mundo que me cerca
E jamais podia, não fosse eu mesmo o mundo
E quanto mais me cerco, mais de ti separo-me
E, em existências múltiplas, de mim me dissocio.

Olho, e ao ver, me vejo, em mim, insano muro
E sou, da mesma forma, as nuvens ao meu topo
De vez que não me enxergo o fim, só minha face
Oculta em meio à dura pedra de existir.

Percebo em tudo o ardor de ti que me reprime
E faz de mim barreira para tudo, e um dia
Fará do meu ser vítima de mim, e então
De tanto te negar, me anularei, e assim,

Aniquilar-me-ei de tanto que te anulo em mim.


© Joeldo Holanda

17 comentários :

Unknown disse...

E, há quem diga que, agora estou equilibrada. Sinto-me como no seu poema. Um muro de mim mesma, às vezes uma nuvem nublada, mas meu Sol interior é campeão, faz-me um fogo de vida alegre, de vida em constante perseverança.
Ainda mesmo assim, sou toda amor.
beijos
Excelente final de semana rebolativo e batuqueiro

safire disse...

Poeta, Poetinha, quanto tempo heim, já estava morrendo de saudades suas, afinal não é a toa que entrei em seu blog, a principio foi por acaso , mas depois por curiosidade aguçada e desejo de te conhecer melhor, coisa que não consegui até agora pois vc não quiz descobrir meu enigma. mas vamos lá a minha função aqui agora é dizer o que penso do que voce escreve, pois é isto que um poetinha tão charmoso como voce , que horas está em alta ,horas está em baixa, que é o que senti ao ler o teu ultimo poema.será que alguma das ermelindas te machucou????? crueldade........ pois acho que não merece. O pema é mto lindo, porem retrata uma tristeza infinita de um amor não correspondido.É mto facil derrube os muros e não sofrerá mais, ninguém é tão perfeito que mereça que sofra por ela.Á tempos te escrevi um poema mas como estava saindo de férias , não te mandei , quem sabe ele te devolva seu sorriso.

Brados de um Ser

Sou filha de um berço...
Que é feito de palha, e cheira a verdura...
Sou fruto de um Maio...
Coberto de flores, chorando a censura...
Sou eterna gaiata...
Que brinca nos campos, a brincar com nada...
Sou força de um tempo...
Que um dia sorriu, e se fez alvorada...
Sou sonho que emerge...
Por entre o restolho, e se esvai no pousio...
Sou conto sem fadas...
Que avança no tempo, que não se contou...
Essa sou eu poeta, poetinha.
Esse é meu enigma, nada mais.
Um grande beijo com muito carinho meu lindo poeta.
Sou grito da alma...
Que brada no céu, e cai no vazio...

Sou Poeta que avança...
Por entre o destino, sem saber quem Sou!...

Fabi disse...

Poema lindo, de uma beleza ímpar, porém triste...
Posso ver o muro de você. Acho que todos temos os nossos muros, sempre existirão, para serem transportos e nos dar a alegria de tê-los enfrentado por algo que acreditamos valer a pena.
A vida é isso, derrubar muros, saltá-los sempre em busca do que está além dele. Sem esses desafios as grandes conquistas, não seriam grandes conquistas e não nos traria tanta alegria. Só discordo numa coisa, saltar os muros, seja lá pelo que for, nunca nos anula, nos aniquila, e sim nos faz fortes e plenos, realizados...
Como a Mari costuma dizer, palmas pra você por mais essa obra-prima.
(L)
Fabiana

joeldo disse...

Lisete,

Obrigado pelo digno comentário, também é assim que me sinto.
Meu fim de semana será de apreensões, para a felicidade dos sedentos de novas histórias aqui.

Beijos
Joeldo

Safire,

Esse poema reflete um outro momento, pois foi escrito há nove anos atrás, no início da estiagem poética.

Antes produzia textos bem melhores, mas muitos infelizmente se perderam.

Pode me conhecer o quanto quiser, não sou um enigma. Porém não estou disposto a decifrar o seu. Estou considerando a possibilidade de excluir do blog pessoas que não se identificam. Aliás, já detectei aqui nomes aparentemente verdadeiros, mas de pessoas que, de fato, não existem.

Obrigado pelo comentário e, por enquanto, fique à vontade.
Joeldo

Fabiana,

Obrigado pelo comentário e elogios.
Como deveria sugerir o poema, anulo-me ao permanecer dentro dos limites do muro. O poema não fala na possibilidade de transpô-los, o que significaria a libertação.
Beijos
(L)
Joeldo

Márcia Moraes disse...

Oi BB

É incrivél como esse poema traduz vc...realmente esse muro existe na sua personalidade real...rsrs
Mas mesmo assim pode ter certeza que eu te amo viu?

Bjus

joeldo disse...

Márcia,

Meu muro não me impede de receber amor, só me impede de amar às vezes.
No caso do poema, existia um impedimento a mais...rs
Beijos tb com amor
Joeldo

Mari Amorim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joeldo disse...

Mari,

Quando há troca de essências, tudo é adequado.
Obrigado pelo seu carinho, terno e eterno.
Beijos com amor
Joeldo

Angelica Amorim disse...

Um amigo é alguém que sabe a canção que toca no teu coração, e que pode cantá-la quando tiveres esquecido a letra.
Lindo poema!
bjs,papito
Gékila

joeldo disse...

Obrigado, Geka !
Beijos com carinho
Joeldo

Mari Amorim disse...

À leitora,
Márcia Moraes.
Quero através desse espaço esclarecer que a Ermelinda citada em meu comentário não se referiu a sra.Não fazendo parte de minha visão ética ofender publicamente quem quer que seja, principalmente este, o qual sempre respeitei através de uma postura cordial e discreta
Aceite minhas desculpas,

atenciosamente,
Mari Amorim
mafaldarebelde_7@hotmail.com ou
Blog.Mari Amorim
Se necessário for

Maria Helena disse...

Parabens,Joeldo

Poema lindo!
bjs
Maria Helena

joeldo disse...

Mari,
Agradeço por desfazer o mal-entendido.
Beijos

Maria Helena,
Obrigado pela presença constante, e pelo comentário que é sempre um incentivo.
Abraços
Joeldo

Márcia Moraes disse...

À leitora,
Mari Amorim.
É muito bom saber que a Sr.ª não teve a intenção de ofender nem a mim nem ao Joeldo com seu comentário.
Atenciosamente

Márcia Moraes

Adrianna Coelho disse...


oi, joeldo

não sei como vc chegou a mim, e nem importa, o que importa é que cheguei aqui tbm...

gostei muito desse poema e de outros que já li, voltarei, sempre!

um abraço!

joeldo disse...

Adrianna,
Conheço você "de vista" em outros blogs e já visitei o seu, gosto muito da sua poesia.
Então, nem preciso dizer o quanto você é bem vinda aqui.
A casa é sua, é um prazer recebê-la.
Abraços,
Joeldo

Adrianna Coelho disse...


volto para agradecer a acolhida :)