sábado, 22 de novembro de 2008

Paisagem

[Céu de sábado, pré-manhã.
Fim do trabalho de mais uma multidão.
Ouço o som do sono, cansaço, mas há deveres.
Vou ao terraço, ou o terraço me vem.
E, com os olhos, penso.]

São mares de campo, sombra e neblina, que pela alva se desvanece
Retendo o branco odor do que outrora eram pastagens, virgens de olhares cultos
Horizonte antigo e belo.

Do dia que cumpre despontar, a claridade imprime sóis
Na tez das naves, em sua metalescência pássara, como eu.
Diviso-as, assim, esparsas, imersas na brancura que se esvai
A dar lugar ao azul de um leve mar inverso, de águas feitas de céu.

É a face da liberdade, quando as vejo a vagar, nuvens, naves e nefelibatas
Vejo-as rumo a lugar nenhum, face à imutabilidade de horizontes tão alheios
E é por todos estes inexistentes destinos do meu vagar, que a liberdade busco
Liberdade que custa o solene preço da solidão.

Mas o branco me retoma o olhar, desaparecem sonhos, céu se anuvia
Indago-me se nasce apenas mais um branco dia, como na poesia
Ou se são, de Eugénia, as mágoas de cais-partida.

Não me importo, pois tudo são vagares de alma, de um ser que apenas e tão-somente
Adolescia.

13 comentários :

Lygia disse...

Fica mais difícil encontrar, mesmo na linguagem dos anjos algo que possa retratar sentimentos tão profundos... Te vejo nessas nuvens, quando eu mesma aprecio o amanhecer...

beijos

Lygia

Mari Amorim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Angelica Amorim disse...

Olá Papito...
Você realmente consegue
arrancar suspiros de uma familia inteira.Concordo quando ouço chama lo de Gaivota,és grandioso..
Beijajajajajâo
Angelica Amorim

Fabi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felino da Madrugada disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felino da Madrugada disse...

Oi,paizão fui excluidokkk
mas,puxei as raizes...
Gostei muito desse poema,remetendo me
à um sábado, de manhã chuvosa,onde rompi com a posse,não houve tempo pra solidão,pois a liberdade veio automaticamente."Valeu apena?valeu,td vale a pena se alma não é pequena. FP
Beijo do filhão
Michel Amorym

Mari Amorim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Obrigado pessoal, pela leitura do poema.
Estou com um problema, tive de minimizar os tipos, para que não surgissem quebras indevidas nos versos mais longos.
Ainda não sei como alterar a margem do texto, sem mexer no HTML, assim poderia utilizar letras maiores. O Blog pelo jeito não dá a opção de configurar. Se não tiver outro jeito, mexo lá mesmo.
Beijos
Joeldo

cantinho da Tania disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
cantinho da Tania disse...

meu querido esta faceta sua eu não conhecia, não sei sé foi o cansaço, ou uma noite muito atrubulada, mas senti muita tristeza em suas palavras, , mas todos temos dias de gloria e de desamor coisa que acho que é uma palavra que não deveria existir em seu dicionácio, pois tem tantas musas que lhe declaram um amor eterno , acho que o que lhe cai melhor neste poema é o cansaço e a desilusão de ver que não só o povo brasileiro é inculto e não conhece leis, faz que não as conhece , mas sim o ser humano no geral é nato em predar qquer coisa que não lhe convenha no momento, então desferem palavras árduas , agrssões verbais e algumas vezes até morais e só conhecem a palavra desacato á autoridade,e esquecem que por trás daquele uniforme existe um outro ser, que também pensa, tem sentimentos e sofre, já senti isto na pele mtas vezes, pois em minha área o egocentrismo a permeia em sua totalidade e temos que nos recobrir de uma couraça e engolir em seco mtas vezes as lágrimas que nos afloram frente á um mau dia.
beijos em teu coração meu lindo anjo.

cantinho da Tania disse...

QUEM SABE UM DIA TUA ALFANDEGA DO FIM DO MUNDO CONSIGA FALAR A
LINGUAGEM DOS ANJOS.

E fez-se então, a hora da paz
Os povos calaram-se simultaneamente
E ouviram a voz das águas
Das montanhas, da natureza
Dos animais, e nada mais
O ar soprou forte
Fazendo folhas rodopiarem
Ninguém agiu nem falou
Ninguém se moveu
E então,
A humanidade entrou
Na imensidão do silêncio
E vivenciou
A mais perfeita paz
Naquela hora
Nenhuma arma foi acionada
Nenhuma máquina foi ligada
Nenhuma agressão foi cometida
Nenhuma sirene soou
Nenhum alarme disparou
Apenas funcionava
O que da vida cuidava
E, pela primeira vez
A humanidade conheceu a paz
Minutos antes de terminar
Todos estavam armados
Com uma pequena semente
Que ao soar o sinal programado
Foram lançadas à terra
Em todo o mundo
A paz foi semeada
Na Terra
E no coração
De cada um
O sábio que profetizou
A hora da paz
Proclamou à humanidade:
E uma nova linguagem há de vir
Há de vir para ficar
Que traduz uniãoJustiça, igualdade
É a linguagem da paz
Somos todos irmãos
Somos todos iguais
Somos filhos da Terra
do Sol, da Água, do Ar
Somos todos peregrinos
Por esta Terra a viajar
Entrando para o novo milênio
Com a mais intensa missão
A missão de promover a paz
Uma nova linguagem
Há de vir
Há de vir para pacificar
Que traduz a Fé
A esperança, o amor
É a linguagem da paz
Que será falada, sentida, cantada
De norte a sul, de leste a oeste
Em todo planeta terrestre
Ecoará pelos confins da alma
E se expandirá pelo imenso universo
É a linguagem da paz
Que todos conhecerão
Que virá de dentro de cada ser
Para promover a união
Até que um só povo
Um povo multicor
De mãos dadas dançará
Entoando a mais bela canção
Todos a uma só voz
Unidos
Em nome da PAZ .
MUITA LUZ MEU LINDO ANJO
BEIJOS EM TEU CORAÇÃO.

TANIAZOTTO

Mari Amorim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
joeldo disse...

Obrigado Tania, pelo comentário e pelo poema, o que me moveu a escrever isto foi a solidão que às vezes sinto, apesar de todas as declarações de amor parecerem dizer o contrário.

Mari, nem preciso dizer o quanto seu carinho é importante, te agradeço muito, de coração. Um beijo a vc e nesses dois filhos abençoados.
Joeldo