quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Pássaros Urbanos
[para música de Liduíno Pitombeira]
Sob o sol das cidades, observo
O debater de inverossímeis asas
A namorar o cimo dos sobrados
E a devotar seu canto pelas casas.
São pássaros do tempo, que floreiam
A lida inconsistente das calçadas
Pairando em tons de dúvidas e sombras
Sobre as certezas surdas das estátuas.
Os pássaros sem pouso são filósofos
Eivados de calor e poluição
Que não vêem mais folhas sobre os postes
Nem crêem que há mais frutos pelo chão.
São meio heróis, os pássaros do asfalto
Divagam em patética insistência.
Fazendo coro à frigidez da chuva,
Reverberando aladas consciências.
Os pássaros sem rumo dialogam
Com o insensato canto do seu mundo
Que ecoa, desmedido, em seus pilares
Unissonamente, a cada segundo.
São pássaros urbanos, que navegam
Na forte ventania do progresso
Dançando a valsa dos próprios destinos
Voando em brancas nuvens se repintam
No céu azul que ora amanhece.
© Joeldo Holanda
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19 comentários :
Eu voltei...rsrs Agora é pra ficar...pq aqui, aqui é o meu lugar...kkkkkkkkkk
(L)
PS.: Comento o belo poema depois...beijo... Ah...e espero passar na peneira dessa vez...kkkk
Belíssimo poema, Joeldo.
Grande abraço
E Castro Alves escreveu...
"Oh, bendito
quem semeia,
livros, livros,
a mão cheia,
e manda o povo
pensar,
O livro caindo
n'alma, é germe
que faz a palma,
é chuva que faz
o mar".
beijosssssss hum hum
Estou adorando esta nova fase equilibrada!
Mari,
Sei o quanto gosta deste poema, por isso escarafunchei-o nos alfarrábios até achá-lo. E o achei.
Beijos e obrigado pela carinhosa leitura
Joeldo
Fabiana
Tudo o que posso dizer sobre essa sua volta é: Te amo.
Espero que compreenda.
Beijos mil
Joeldo
Fred,
Como já o conheces, agradeço de novo.
Abraços
Joeldo
Lisete,
Seu equilíbrio me fascina, e Castro Alves é do mal.
Beijão
Joeldo
Angélica,
O compositor é o que é, mas por ser meu amigo quase de infância, me permitiu musicar meu poema, em uma das peças dele.
Não sou nada, mas ele é divino.
Beijão
Pensei muito... realmente não há o que eu possa dizer sobre esse poema. Falar sobre você, seria cair no óbvio. Só resta agradecer. Somos todos Pássaros Urbanos e em meio ao concreto, ao asfalto e às paredes cinzentas, como aqui já foi dito, vc nos faz voltar a crer que podemos voar, sonhar,nos emocionar, nesse já tão nosso cantinho,no fim do mundo...
Obrigada querido.
Beijos
Oi lindo,
Levanta a cortina dos teus olhos!
Contempla a maravilha do amanhecer....
A vida é uma criança, esperta, bonita e inteligente!
Passa correndo, é preciso ver!
Acredita enquanto há tempo:
Não existe dor sem alento, nem tristeza tão
longe da alegria!
Quanto a luz de cada dia?
Acenda a vida, iluminando assim o amanhecer!
Que teu dia seja de conquistas, realizações,
amor e sucesso...........bjs
Aunica maneira de te homenagear por tão linda obra, que eu já conhecia e admirava é só te respondendo com um pequeno poema , pois tu és obra do universo e que deve ser preservada com muitos cuidadospois como disse a Mari amorin "quando Deus te te desenhou ele estava na namorando na beira do mar que é um dos seus colostros pela beleza da obra.
beijos carinhosos
Tania Zotto
Lygia meu anjo querido.
Aqui neste cantinho, no fim do mundo, somos Pássaros devolvidos à Natureza, pois podemos novamente sonhar.
Muito obrigado pela carinhosa leitura.
Um beijão
Joeldo
Tania,
Obrigado por seu sempre atencioso comentário.
Beijos
Joeldo
Joeldo,
Gosto desse poema ,me remete a vários momentos de transição.
Hoje ,embora por pouco tempo, sinto me um pássaro urbano
onde estou ,faltando, os amigos, o Brasil, é possível que o Homero
fiscalize nossos “trens”,será que o Jonas deixará eu te entregar, uns
alfajores com estampa do Obama?.São séries únicas ,isto é,se conseguirmos
sair daqui com eles... (risos).Greg,manda abraços,adoramos a leitura.
Beijinhos,gelados!
Maria Hel
Joeldo.
Minha amiga,Huan,diz
"Its poem is beautiful, and when it will be to Brazil it wants to know Customs Orders" .(é grega)
hug
Huan
Maria Helena,
Todos nós nos sentimos pássaros urbanos em terra alheia, isso aconteceu e acontece comigo o tempo todo, pois vivo no lugar dos outros e meu sotaque é ridicularizado o tempo todo. Mas não desanimo, sou cidadão do Universo.
Agradeço a sua leitura e pode deixar que o Jonas não vai mais reter alfajores. Se sua amiga Huan falar mandarim, não esquece de pedir a ela que me d6e umas aulas quando vier na Customs of the End of the World.
Abraços a vc, ela e ao Greg
Joeldo
Obrigada Joeldo, foi um grande amor que me fez ficar assim, tão equilibrada!
Mas....por que Castro Alves era do mal? Será que entendi bem?
Por que julgá-lo?
Que atire a primeira pedra quem não tomou um porre, quem não tem um vício ou mais ainda, quem não viveu AMORES turbulentos, vadios ou românticos, reais ou virtuais,platônicos, proibidos,não correspondidos e...etc?
Eis aquí o livre arbítrio.
O que é bom para mim, pode não ser para você ou para outrem. Ele preferiu sucumbir jovem, mas certamente agora é um Ser de grandiosa Luz. Afinal, era um poeta.
beijos como sempre!
Lisete,
Certamente não entendeu o porquê de dizer que Castro Alves era do mal.
Se eu estivesse pessoalmente com você, entenderia num piscar de olhos. A entonação explicaria isso sem mais delongas.
Mas explico. Há pessoas tão talentosas, que só podem ssr assessores diretos do capeta. De fato. Há quem diga que, quem é demasiadamente do bem, só pode mesmo ter parte com o capiroto.
Este é o sentido de alguém ser do mal. Não que seja do mal de fato - Mas por fazer bem demais a quem lhe usufrui.
Esse é o sentido da palavra.
Você, do alto do equilíbrio que a vida lhe fez ganhar, entenderá.
Amo você Lisete. Aprendi com o tempo, e com tudo.
Beijão.
Mari,
Mais uma vez agradeço por apreciar o poema e ver beleza onde só escrevo palavras. A beleza nasce nos olhos e no coração de quem lê.
Mande um abraço aos amigos que estão ilhados.
Beijos a você
Joeldo
Jo
Agradeço por poder aprender mais uma vez.
Acho até que estou me sentindo um pouco do mal...rs Compreende o porquê de dizer isso, não é? Pois bem, nem sempre uma frase passa o nosso real sentimento do instante.
A verbalização é tudo, assim como o olho no olho. Creio que agora entendi perfeitamente. Com seus textos e poemas voltei a pensar além do consultório, diversificar a leitura e com isso buscar algo que complemente meus pensamentos e comentários.
Isso tudo é divino, seus pais devem ter um orgulho enorme de você. Abençoado dia em que eles namoraram bastante e fizeram o milagre da sua vida acontecer. Eita Ceará de mulheres férteis e ótimas tertúlias. Acho até que vou lhe pedir permissão para enviar algum poema de meu tio poeta de Ubajara (que quer dizer Senhor da Canoa). Quem sabe sobre a Gruta?
Eu também aprendi com o tempo e com tudo, que o amo tanto, que já não saberia mensurar o quanto. Talvez seja por isso que até mesmo nas estrelas podemos nos encontrar.
Outro beijão
Caro poeta,
Faço coro com tantos que já te admiram de longa data e, como a Mari Amorim, aplaudo mais esta pérola!
Um forte abraço e a gratidão pelas palavras em revoada harmônica em mais este poema!
Clap! clap! clap! clap!...
Ricardo Paes
Obrigado, Ricardo.
Comentários assim, de um poeta como você, é que me dão ânimo para continuar escrevendo.
Forte abraço
Joeldo
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