domingo, 16 de novembro de 2008

Gincana de Desculpas

Aqui na Alfândega do Fim do Mundo sempre fazemos um bolão, em que concorrem as desculpas mais esfarrapadas, recebidas pelos diversos viajantes que ingressam no País.

Vou me inscrever com esta aqui. Foi recebida de Sr. Passageiro, um indivíduo que acaba de passar quatro dias em Miami.

Tendo acabado de desembarcar, Sr. Passageiro é abordado.
(Fiscal) - Onde comprou este notebook, Sr.?
(Passageiro) - No Brasil.
- Como assim, no Brasil !?
[Era um notebook de ultimíssíssima geração, lançamento nos Estados Unidos.]

- É, Sr. Fiscal, comprei no Brasil. Isto é, não comprei, ganhei.
- Ganhou de quem, Sr. Passageiro?
- Da empresa onde trabalho.
- Ah, sim. E onde está a plaqueta de patrimônio?
- Não tem.
- Ah, então a Empresa lhe deu um notebook pra trabalhar, mas não o patrimoniou.
- Isso mesmo. Deram-me de presente.
- Ah, entendo. (O fiscal pára e tenta colocar o raciocínio em ordem, após quase 18 horas ininterruptas de plantão) . Empresa generosa, a sua, Sr.... er.... (a esta altura, já havia lhe esquecido o nome)

- Passageiro.

- Isso, Sr. Passageiro. Então lhe deram um notebook de presente. A viagem de quatro dias para Miami, foi um presente também?

- Sim, mas esse foi um presente da companhia aérea.
- Ah sim, até já imaginava, Sr.
- É que eu sou jornalista, e viajei para cobrir um evento deles.
- Sim, e o Sr. viajou por conta deles, e trouxe um notebook importado, mas comprado no Brasil, tendo sido levado daqui.
- Isso mesmo.
- O Sr. tem nota fiscal do equipamento?
- Não, foi a Empresa que me deu, lembra?
- Ah, sim. Mas uma vez que o Sr. saiu do país com o equipamento, não fez nota de saída temporária?
- Não.
- A empresa não lhe deu um comprovante da doação?
- Também não. Mas Sr. Fiscal, acredite. O equipamento é do meu uso, preciso muito dele.

(Se precisa dele tanto assim, por que será que esperou que o dessem de presente? Por que o não comprou? Pensa o fiscal, já duvidando do próprio QI.)

- Entendo Sr.... É Sr. Passageiro, né? Gostei muito da história que contou, viu, é bem interessante. Acredito em tudo que falou. De coração, Sr. Passageiro, acredito mesmo.

Mas aqui o equipamento será tributado.

Na Alfândega do Fim do Mundo temos uma regra de ouro: passou por aqui, tributa.
Bem simples não é?

(O Fiscal mostra ao Sr. Passageiro uma DARF e um sorriso, nesta ordem.)

- O Sr. vai ao banco pagar o imposto agora?

9 comentários :

Mari Amorim disse...
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Bezinho disse...

Olá
Joeldo
To aqui xeretando novamente
Muito legal,o pior é q ocorre
a cada "chegada",uma desculpa
dificil vai ser ,escolher uma
na coletânea. Parabéns!
desculpe a invasão.
Até breve
bjão
Angélica Amorim

Fred Matos disse...

Vou pagar o imposto agora, Joeldo. Além de pagar o imposto vou linkar a Alfândega no meu nas horas e horas e meias. Contente, muitíssimo contente por ver você escrevendo, por poder manter contato contigo.
Abração.

joeldo disse...

Mari e Angel, obrigado pela atenção que têm dado, é gratificante receber todo esse carinho.
Ao Fred, agradeço sempre ter acreditado que um dia eu faria as pazes com a caneta.
Espero que desta vez eu pegue no tranco, Fred.
Forte abraço.

Unknown disse...
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joeldo disse...

Marlene,

Obrigado pelo comentário ainda que ofensivo.

Porém, não vou passar papel higiênico. Deixo-o aí, intacto, com os palavrões que abriga, para única e exclusiva execração de quem o postou.

Se para você, escrever bem é escrever "caralho" e "poutz", é sinal que putz, nem palavrão você sabe escrever. Então vá procurar outro blog pra expelir essas excrescências.

Afinal, cada um dá aquilo que tem em abundância dentro de si. Mas a lata do lixo é na outra esquina, ok?

Mari Amorim disse...
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joeldo disse...

Será que o comentário apagado foi da tal marlene? Se o foi, pode recolocá-lo.

Se for novamente ofensivo, terei prazer em lhe dar mais uma bordoada.

Abraços.

Mari Amorim disse...
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