quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Eixos de Mim

Ei-las cá adiante, ambas,
Supremamente macias e ainda assim mudas de todo,
Indesculpavelmente tuas, coxas essas
Que me percorrem
Com a claridade da tez, um gosto que me lembra a mim
Sabor de todos os atos que competem à escassez da minha infinitude
E que jamais serão consumados senão na nossa doentia verdade.


Mas eis que ali continuam, ambas
Cansadas de rima, bambas de mim que estão,
Pedindo perdão por não serem minhas, e ainda assim as julgo minhas de todo
Pois se são pernas da alma, ou não são mais que O Caminho, definitivo e ainda assim impercorrido
Como uma autovia que me guia, dirigindo-me inexoravelmente ao túnel de nós dois
Onde não há freios,
Onde eu e meus milhões de passageiros desejam mais que ardentemente, apenas e tão somente
O beco sem saída da tua maternidade.


Ei-los ali, esparramados, desejando o meu desejar deles
Consubstanciados na fluidez, quentura e turbidez com que te inundo
Avassaladoramente,
Nos versos deste poema ruim, mas que imerge na tua beleza conquanto te preenche,
Dona que és dos eixos de mim.

17 comentários :

Lila disse...

Poeta,

não possuo vocabulário para comentar esse poema...
Obrigada.

Fred Matos disse...

Sempre bom te ler, meu amigo.
Abração

Mari Amorim disse...
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Angelica Amorim disse...

Papito
Há algum tempo,havia sobre à cama papéis impressos com alguns poemas,
ouvi: O Brasil ainda têm neurônios,leia: eu os lí,perguntei:
qual é o melhor? um completa o outro, Eixos de mim seguidos de Madrugada,naquele momento outros me foram oferecidos ví Neruda,karl marx substituidos por alguém que a vida nos deu de presente,é gratificante.sabemos que essa mutiplicação de luzes e amores nos levará ao caminho da felicidade.
Beijajajajjajão
Angélica Amorim(V.H)kk

joeldo disse...

Pessoal, agradeço o carinho, é sempre bom quando se tenta voltar a escrever, ler palavras de incentivo como essas.
beijos a todos.

Fabi disse...
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Fabi disse...
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Felino da Madrugada disse...

Olá paizão,
Faço minhas as palavrades de Angélica, bebemos da mesma fonte.
Gosto muito de Pássaros Urbanos,
beijão
Michel Amorym

Unknown disse...
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Fabi disse...
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Unknown disse...

Jojo,
é um grande poeta,tem um talento gigantesco para as letras (depois da Dona Regina)...grande artista, procurando um poema dele achei esse blog.
Um abraço Dona Matemática.

joeldo disse...

Menina, quanto tempo !
Saudades, manda um abraço pra dona Regina.
Beijos
Joeldo

Mari Amorim disse...
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Unknown disse...

Oi Jo,
Voltei aqui prá lhe contar que estou fazendo Engenharia da Computação no Cefet.
Eu sou doida.
Dona Regina lhe manda outro
beijos.

cantinho da Tania disse...

MTO LINDA EIXOS DE MIM . SUA DESCRIÇÃO É FANTASTICA.SEU VERSAR É PURO EXTASE.BEIJOS

Unknown disse...

Sempre desejei muito que voltasse a escrever e finalmente vejo que está ressurgindo, poeta poetinha.
Não tenho herança genética cearense, mas sabes que vivi toda a cultura de lá.
Maravilhoso poema! Imagino o tamanho da felicidade da musa.
Em um tempo atrás, alguém descrevia esse calor que invade como microfilhinhos...rs, será que fui além da poesia ?
Você que tanto ama as mulheres, escreva sobre o amor da mulher que não é amada mas vive em um outro plano a plenitude desse amor e, que se sente feliz pela oportunidade da quase maternidade.
Estou adorando esse poeta Fênix.

Katia Cristina disse...

Olá Poeta,
Suas palavras como sempre emocionam e cativam. É como se a cada letra pudesse se sentir o toque na pele. Feliz a mulher a quem tanto amor é dedicado.
Parabéns.
Beijos com carinho.
Katia Cristina